História da Caridade Social no Brasil

História da Caridade Social no Brasil

Com a finalidade de atender o apelo da Igreja para que as congregações da Europa se fizessem mais presentes nos países do terceiro mundo, um grupo de Irmãs da Caridade Social de Viena  se preparava para iniciar uma missão na Argentina.

Na mesma época, na Áustria, Dom Frederico Helmel foi consagrado bispo e seria o primeiro bispo de Guarapuava, cuja diocese estava em fundação. Ao saber que as irmãs da Caridade Social iriam para a Argentina, pediu à Coordenadora Geral que as enviasse para Guarapuava.

Nos primeiros anos colaboraram na organização da catequese nas comunidades paroquiais. Através dessa experiência puderam ver bem de perto a pobreza e miséria em que vivia grande parte da população. Sensibilizadas com essa realidade, começaram, um grande trabalho de promoção humana. Em 1971 fundaram o Departamento de Promoção Humana, através do qual passaram a desenvolver diversas atividades sociais. Constataram que uma das grandes causas do empobrecimento do povo era a falta de capacitação para o trabalho.

Por isso promoveram em convênio com a LBA (Legião Brasileira de Assistência) cursos profissionalizantes para mulheres, como costura, culinária, tricô, crochê, confecção de acolchoados, atendente de enfermagem, parteira, cabeleireira e manicure. Para os homens foram ministrados cursos de pedreiro, encanador, mecânica geral, eletricista e marceneiro. Com a finalidade de atingir também a área rural, foram preparados instrutores que se tornaram multiplicadores, ministrando cursos nas próprias comunidades. Ao todo foram realizados 284 cursos. Fundaram na periferia e em algumas comunidades rurais de Guarapuava diversos clubes de mães, onde muitas mulheres, além de aprenderem trabalhos manuais, encontravam maiores esclarecimentos sobre seus direitos e responsabilidades.

Em Guarapuava na década de 80, era ainda mais acentuado o problema da moradia. Centenas de famílias moravam em barracos de lona e em pobreza extrema.

Foram construídas 96 casas em sistema de mutirão, onde as famílias, além de ajudarem a construir sua própria casa, aprendiam o serviço de pedreiro, carpinteiro, eletricista e encanador. Muitas pessoas aprenderam uma profissão e puderam em seguida entrar no mercado de trabalho.

Na mesma época foi construída a Creche – Lar João Paulo II – e a Escola Hildegard Burjan. Assim, as mães podiam trabalhar enquanto seus filhos podiam estudar.

A Comunidade São Luís foi crescendo e a capelinha de madeira já não comportava mais o número de participantes nas celebrações.  As Irmãs mobilizaram a construção de uma nova igreja, lembrando o que dissera Hildegard Burjan: “Todo trabalho social é vazio, em vão, se não tivermos em vista o principal de tudo e o mais precioso: preparar os caminhos para que as pessoas possam encontrar o verdadeiro sentido da vida e o seu fim último: Jesus Cristo!”.Nos anos de 1994 e 1995, as irmãs deram continuidade ao trabalho de melhoria da moradia na comunidade São Luis. Havia ali um aglomerado de mais de 100 famílias vivendo em barracos de lona. O índice de desnutrição e de mortalidade infantil era gritante. Através do trabalho de conscientização e organização comunitária, as irmãs buscaram junto à prefeitura a legalização dos terrenos e a urbanização da área. Dessa vez foram construídas 140 casas de madeira, dando condições dignas às famílias.

Durante 16 anos as irmãs estiveram presentes na Comunidade São Luís. Em 1986 as Irmãs da Caridade Social implantaram na Diocese de Guarapuava a Pastoral da Criança. Dentro de 3 anos a Pastoral da Criança já estava presente  em quase todas as paróquias, acompanhando centenas de famílias, gestantes  e milhares de crianças. Muitas vidas foram resgatadas e salvas através do trabalho voluntário de tantas mulheres capacitadas e acompanhadas pela Caridade Social. Também houve uma redução muito significativa no índice de mortalidade infantil.

Em 1997, As Irmãs da Caridade Social iniciaram uma missão no Bairro Novo, em Curitiba, onde acompanharam a Pastoral da Criança, Grupos de Partilha, Formação de Lideranças.

Ajudaram a fundar o Projeto Mutirão, através do qual foram desenvolvidas 5 Ações  Sociais:  padaria comunitária, oficina de costura, clube de troca e economia solidária, inclusão digital e cidadania  e o projeto dos catadores de papel.

Em 2005 as Irmãs da Caridade Social passaram a residir no  Bairro Bonsucesso, onde  fundaram a casa de formação para jovens vocacionadas à vida consagrada. Nesse mesmo bairro, foi construído o Centro de Apoio à Família, com o objetivo de  oferecer um espaço de orientação e formação para crianças, adolescentes  e famílias em situação de vulnerabilidade social.  Através de ações individuais e coletivas, de atendimento e acompanhamento sócio familiar, o Centro de Apoio visa o restabelecimento e fortalecimento do vínculo familiar e comunitário. Também a prevenção, promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. As Irmãs colaboram ainda na formação de lideranças, orientação de retiros espirituais e atendimento continuado a famílias em situação de vulnerabilidade social. Desde 1986 a Caridade Social coordena a Pastoral da Criança na diocese, dando suporte formativo e espiritual à média de três mil voluntarias(os) presentes em  42 paróquias e 28  municípios da região de Guarapuava.